A CNSN é uma sociedade secreta, ou quase, constituída por indivíduos com deficiência em BCCS (um marcador genético que condiciona a capacidade de compreender comunicação não verbal em negociações, sacanagens institucionais, entre outras necessidades óbvias do mundo real). Não se entusiasme, verme, pois agora que mapeamos o BCCS, temos um plano infalível para dominar o mundo. Ou curar a ressaca.

21 de abr. de 2009

Série redes sociais digitais e midia social (1): blogs, ferramentas para blogs e sites de conteúdo

Isto que você está lendo é um “post” ou “entry” (entrada) de um blog. Existem centenas de milhões de blogs no mundo. A contagem exata é impossível: novos blogs estão sendo criados neste exato momento.

Blogs são formas mais compactas de midia social. A maioria tem um ou poucos autores ativos e possuem uma interatividade controlada.

Blog é o apelido de WEBLOG, que signfica “registro feito na rede”. A origem são os diários online, iniciados em meados dos anos 1990. Os blogs ganharam popularidade pelo fim da década. Alguns anos depois, houve uma explosão destas novas midias a partir da criação dos provedores de blog, como blogger.com e livejournal.com (ambos de 1999).

A diversificação dos primitivos diários pessoais e sua evolução para o jornalismo, para o instrumento de marketing político e corporativo, para o ativismo social e para a partilha de outras midias (video, música e audio) é uma típica ilustração dos efeitos auto-organizativos da blogosfera. O termo blogosfera refere-se ao conjunto interconectado de blogs do mundo. Admite-se que, através de links, feeds, backlinks e diretórios, todos os blogs do mundo estejam em rede.

Logo no início apareceram os diretórios de blogs, como o Technorati. Inicialmente, tratava-se de uma grande lista. No entanto, a dinâmica participativa do usuário de midia social foi rapidamente precebida como um recurso benéfico para esta empresa, que passou a oferecer outros serviços além da simples listagem: os usuários podem, através da própria plataforma e de widgets inseridos em seus blogs, pelos quais um visitante se conecta a ele sem precisar entender de html ou website design, criar e administrar relações entre si.

Disto para plataformas mais complexas que agregam blogs de provedores diversos, forum de comentários, ferramentas de interatividade, formação e manutenção de grupos de interesse, entre outras, foi um pulo. O próprio Technorati passou a integrar estes recursos. No Brasil surgiram o blogblogs.com.br e recentemente o diHITT e o Via6.

A vantagem destes sistemas sobre outras midias sociais que oferecem blogs próprios é que o usuário não precisa abrir mão de seus blogs originais. Por exemplo: eu mantenho blogs em duas plataformas de interesse específico: o bodybuilding.com e o istadia.com . Dentro de uma plataforma de conteúdo como o diHITT ou o Via6, posso inserir estes blogs esportivos junto com meus outros blogs e expor meu conteúdo a públicos diversos. A vantagem dos blogs hospedados em plataformas profissionais e de interesse, como o bodybuilding.com é que ele está instantaneamente aberto a um marketing (compreendido amplamente como divulgação e promoção) focado, altamente eficiente. A desvantagem, contornável pelas mídias de conteúdo, é que é só para ele: dificilmente um médico ou publicitário entrará no bodybuilding.com para ler algo que seria de seu interesse, mas está no contexto de um grupo fechado de cultura profissional, disciplinar ou outra.

O problema das “plataformas de conteúdo” é que seu uso para promoção de blogs comerciais reduziu a utilidade geral e atratividade para visitantes. Recursos “maliciosos” passaram a ser usados na luta por visibilidade, nem sempre com resultados sequer vantajosos para o praticante, mas criaram uma dinâmica concorrencial nestas práticas. Plataformas como newsvine.com resolveram adotar códigos de conduta pelos quais o usuário só pode “semear” notícias de outros autores. A divulgação de conteúdo próprio é limitada e circunscrita. O quão vantajoso ou desvantajoso esse sistema é, só o tempo dirá.

No entanto, parece reduzir em grande parte os conflitos gerados pela manipulação de sistemas mais permissivos, como o brasileiro diHITT.

Como na evolução biológica, porém, a flexibilidade aparentemente menos eficiente pode ser a rota para o progresso criativo: há milhões de anos, os ancestrais das modernas bactérias davam de mil em eficiência nos ancestrais dos eucariotos (nós, por exemplo), cheios de “lixo genético” e energeticamente bobos. Hoje, elas continuam lá, com uma célula só, amargando uma existência eficiente como uma usina, mas bem sem-graça. Já nós... Quer coisa mais engraçada do que um tamanduá ou um ornitorrinco?

Continua...

Marilia

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